Para Zoomies neurodivergentes, inclusão é eles poderem ser eles mesmos no trabalho

A neurodiversidade reconhece que todas as pessoas experimentam o mundo de diferentes maneiras e procura ter certeza de que as pessoas neurodivergentes estejam representadas em um grupo. A neurodivergência pode ser referente a qualquer pessoa que tenha uma função cognitiva ou sensorial diferente daquela considerada "típica", incluindo as pessoas autistas, com TDAH, dislexia, dispraxia e outras experiências.

Para a comunidade Neuro @ Zoom, a neurodiversidade é uma etapa fundamental em direção à neuroinclusão, sobre criar um local de trabalho que identifica e dá as boas-vindas às diversas maneiras como os funcionários pensam e participam dos seus mundos. Isso é fundamental para o sucesso de qualquer equipe. 

Por exemplo, mensurar o engajamento ou desempenho do funcionário usando marcadores tradicionais pode penalizar inadvertidamente funcionários neurodivergentes. Alguém pode não ser aprovado no processo de recrutamento ou pode não ser considerado para oportunidades de promoção porque não faz contato visual e sorri ou não se manifesta muito nas reuniões. 

Uma parte do trabalho para garantir que haja neuroinclusão envolve estar ciente dessas predisposições e compreender que elas não são necessariamente verdade como, por exemplo, o contato visual. Ele não é uma previsão de sucesso no trabalho ou interesse no trabalho em si. Ter consciência dessas predisposições e noções preconcebidas dá às nossas equipes a capacidade de resolvê-las para que os funcionários neurodivergentes não sejam impactados injustamente.

Também faz parte da neuroinclusão dar às pessoas ferramentas e meios para elas serem produtivas e terem sucesso nas suas funções. Kelsi deu o exemplo da prática de criar agendas de reunião. Algumas pessoas neurodivergentes podem ter dificuldades ao processar informações em um momento exato e uma programação detalhada pode ajudá-las a participar mais plenamente ao permitir que elas se preparem com antecedência.

"Durante a minha integração, falamos sobre a importância de que todas as reuniões tenham uma programação", lembra Kelsie. "Essa política a ser compartilhada com todos os Zoomies durante a integração é, na verdade, um excelente primeiro passo para tornar as reuniões mais neuroinclusivas."

Mas nem todas as programações de reunião são criadas da mesma forma. Para muitas pessoas, uma programação é uma consideração a posteriori, elaborada em poucos minutos, sem muitos detalhes, com exceção dos assuntos a serem abordados. Kelsie enfatiza que uma programação de alta qualidade deveria esclarecer a importância da reunião e formular os assuntos a serem discutidos de tal maneira que as pessoas participem e pensem de criativamente sobre como elas podem contribuir. 

Criar um local de trabalho neuroinclusivo precisa de mais do que apenas políticas e práticas. Isso inclui também os produtos que projetamos e usamos no dia a dia.

"Nossa abordagem da acessibilidade foca em ter certeza de que todos podem usar a plataforma Zoom para se comunicarem e atingirem suas metas, independentemente da idade e da capacidade", explica Alex Mooc, o chefe de acessibilidade do Zoom. A simplicidade e facilidade de usar do Zoom são pontos importantes para as pessoas neurodivergentes ou para aquelas que têm deficiências cognitivas ou não aparentes."

Muitos recursos e funcionalidades da plataforma Zoom são inerentemente neuroinclusivas e estamos sempre melhorando", comemora Kelsie. "Posso ajustar o produto às minhas necessidades no momento e posso pedir às outras pessoas para fazerem o mesmo."

Por exemplo, os Zoomies neurodivergentes disseram que o recurso avatar do Zoom permite que eles se expressem sem a pressão de aparecerem na câmera. É por isso que os avatares espelham seus movimentos e expressões faciais, o que é mais dinâmico do que uma foto do perfil estática. Além disso, eles podem ser personalizados para refletir o estilo e personalidade de cada um. 

"Meus colegas podem querer ter uma experiência visual superior ao encontrar comigo", pondera Kelsie. Nos dias em que prefiro ficar com a minha câmera desligada, posso ativar o meu avatar e dar aos meus colegas de trabalho a experiência que eles preferirem para impulsionar a colaboração."

Reações e feedback não verbal, como o recurso levantar a mão ou os emojis, também permitem que as pessoas aproveitem a comunicação fora da câmara para mostrar que estão presentes, ouvindo e são participativos. 

A escolha de ficar com a câmera desligada tem diversas vantagens para as pessoas neurodivergentes. Para alguns, ela alivia a pressão que algumas pessoas sentem de "mascarar", um termo para agir de uma maneira que se pareça mais neurotípico, mesmo que isso signifique esconder sua própria maneira natural de trabalhar ou pensar. Mascarar pode afetar a criatividade e a inovação, se os funcionários estiverem mais preocupados em se adequar do que participar do trabalho, pode ser que eles não contribuam com seu intelecto e ideias para a equipe. 

Aqueles que usam comportamentos autoestimulatórios para ajudá-los a controlar suas emoções e estresse podem se forçar a suprimir comportamentos repetitivos como balançar, bater as mãos ou coçar a garganta durante uma conversa presencial. Mas quando há a opção de usar recursos com a câmera desligada, as pessoas podem ter esses comportamentos autoestimulatórios sem ter receio de serem julgadas ou mal entendidas pelas outras pessoas. 

Algumas pessoas acreditam que a natureza visual das reuniões por vídeo pode ser insuportável. A capacidade de ocultar a própria exibição ou de encerrar todos os feeds de vídeo pode dar às pessoas neurodivergentes uma pausa visual muito bem-vinda para elas poderem focar na conversa. E para aquelas pessoas com problema processamento auditivo, a legenda automática pode ajudar a compreender o que está sendo dito naquele exato momento, enquanto a transcrição após a reunião permite revisar a conversa posteriormente.

As organizações colhem os benefícios de uma força de trabalho neurodiversa, o que engloba funcionários com diferentes talentos e competências. Quando os funcionários se sentem bem-vindos e valorizados pelas suas diferenças, o resultado são níveis mais altos de satisfação e retenção. Os funcionários podem ser mais produtivos quando é dado o suporte de que eles precisam para prosperar.

Se você quer criar reuniões mais inclusivas, aqui estão algumas dicas para começar:

• Faça com que as pessoas saibam que não existe problema algum em deixar a câmera desligada durante uma reunião e que nenhuma pergunta sobre o assunto será feita.
• Crie uma programação detalhada para todas as reuniões e a envie com antecedência para os participantes. Inclua perguntas para discussão, o objetivo da reunião, além de colocar em destaque os assuntos mais importantes da programação. 
• Durante as reuniões, incentive as pessoas a usarem recursos como reações não verbais ou a caixa de chat. Preste atenção no chat, para que as observações feitas por lá não passem desapercebidas.
• Se for possível, deixe que as pessoas deem feedback ou ideias após a reunião usando o e-mail, ou o chat em equipe. Tente não tornar as reuniões o único lugar ou momento para que ideias e feedback sejam compartilhados.
• Após a reunião, disponibilize as transcrições e gravações da reunião para todos os participantes.
• Se você for o organizador da reunião, certifique-se de que a legenda automática esteja ativada para a reunião.
• Lidere pelo exemplo: se você precisar dar um tempo da câmera, use um avatar. Caso perceba que os comentários feitos pelas pessoas no chat estão sendo ignorados durante uma reunião agitada, chame a atenção para eles. 
• Eleja um dia em que não pode haver reuniões (no Zoom, é na quarta-feira), então as pessoas podem se concentrar mais profundamente nas tarefas, sem muitas distrações.

Dar uma flexibilidade maior e opções diferentes para comunicar permite que todos escolham o que é melhor para si e, assim, criar um local de trabalho mais acessível para todas as pessoas.

Para mais dicas de acessibilidade, confira nosso curso de acessibilidade, no Centro de aprendizagem do Zoom.